Pele de tilápia começa a ser utilizada para tratamentos de queimaduras

Pele de tilápia

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Quem diria, mas atualmente a pele da tilápia, peixe de água doce, está sendo usada para tratar pacientes vítimas de queimaduras graves. É que, além de ser saboroso e rico em proteínas, o peixe tem um potencial único no campo da medicina, especificamente para o tratamento de queimaduras de pele de segundo e terceiro graus.

 

O método, pioneiro no mundo, foi desenvolvido por médicos no Ceará, e é considerado simples, econômico, menos doloroso e eficiente.

 

Entenda como o método começou

A tilápia representa uma parte importante na economia alimentícia do estado do Ceará. No processo de comercialização desse saboroso alimento, porém, a pele é descartada pelos produtores. Sabendo disso, em 2006, pesquisadores do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da Universidade Federal do Ceará, começaram a reaproveitar esse material orgânico para desenvolver um tipo de curativo biológico que tem eficácia comprovada através de estudos realizados desde 2017 em pessoas que estavam em tratamento com queimaduras de segundo e terceiro grau.

As propriedades da pele são ideais para o tratamento de queimados, pois a pele de tilápia adere à ferida, faz um tamponamento e evita a perda de líquido. O curativo natural pode antecipar a cicatrização de uma ferida em até dois dias. Isso acontece porque na tilápia há colágeno tipo 1, muito semelhante ao do organismo humano. Além dessas qualidades, o curativo biológico não precisa ser trocado diariamente, como se faz nos tratamentos convencionais. Essa especificidade ajuda a diminuir as dores locais, o desconforto do paciente e os custos do tratamento.

 

Os preparos para o uso da pele de tilápia

 

Antes de ser utilizada nos pacientes a pele de tilápia passa por diversos tratamentos até ser totalmente desinfetada e estar totalmente apta para uso. Dessa forma, a pele do peixe é submetida a um processo de limpeza em que são retirados as escamas, o tecido muscular, as toxinas e o odor característico do peixe.

Depois, é estirada em uma prensa e cortada em tiras de 10 cm por 20 cm. O resultado é um tecido flexível, similar à pele humana. As tiras de pele são armazenadas em um congelador a uma temperatura entre 2 e 4 graus Celsius por no máximo dois anos.

Apesar de todos os benefícios, o curativo biológico utilizando a pele de tilápia ainda não tem o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo considerado um estudo experimental. 

 

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